O facto de ter que recordar e reflectir sobre a minha vida em quase todas as experiências vividas, tanto no passado, como no presente, fez-me avivar sentimentos, visto que falamos de coisas de há muito tempo e que não nos passam pela cabeça, nos pensamentos do dia-a-dia.
Sem dúvida que há situações que nos recordamos menos e que nem queremos falar delas, essas deixamo-las para trás, depois há sempre algumas que compensam outras e são essas que mais nos lembram e as que nós mais recordamos.
Existem sentimentos, valores e atitudes que nos fazem crescer, nos fazem olhar o mundo de uma forma muito própria, depende muito das vivências de cada um e de todos os passos que tenhamos dado ao longo da nossa vida.
Acredito no destino, mas todas as trajectórias da nossa vida têm também muita influência a nível familiar e no seio onde estamos inseridos.
Os factores económicos, sociais e culturais contribuem para uma boa auto-estima do cidadão, no meu caso todos estes factores tiveram influência na minha vida, tanto familiar, como profissional.
O voltar novamente à escola foi um desejo antigo que não pude concretizar na altura devida, por motivos que menciono na minha história de vida, as vantagens são sempre benéficas a todos os níveis, como diz o velho ditado: “saber não ocupa lugar” e a certificação do nível secundário, para mim é mais uma barreira que eu própria derrubo, e mais um desejo que vou concretizar.
Todas as propostas de trabalho tiveram a sua finalidade, mas de todas as que mais gostei foram aquelas em que eu tive que falar sobre a vida no campo, foi uma altura da minha vida em que eu não tinha nada e tinha tudo. A vida era vivida de uma forma mais calma, os sentimentos dessa época eram mais fortes, mais intensos, mais verdadeiros. Hoje as pessoas correm todo o dia e não dão a devida importância que a própria vida merece, além disso também já não existem os fortes laços de amizade como era antigamente, existe sim muita rivalidade, estupidez e hipocrisia.
Toda a aprendizagem sobre a reciclagem foi muito importante, sabendo agora que materiais usados podem dar lugar a novos e para além disso beneficia o meio ambiente e todo o nosso planeta agradece, que está bastante destruído muitas vezes por culpa do ser humano.
O saber gerir toda a pressão dos médias, e não deixar cair sobre nós todas as suas influências também foi um tema que gostei.
Tudo o que aprendi sobre produtos que são altamente modificados, a maneira mais aconselhável de que como devemos poupar energia, e todos os produtos que deixamos de utilizar dando origem a energias renováveis foi interessante.
Foi muito bom e enriquecedor ter que fazer pesquisas sobre o vinte cinco de Abril, era gaiata e não tinha noção realmente do regime que se vivia nesse tempo. Era um regime muito diferente daquele que se vive hoje em dia. “Antes do vinte cinco de Abril era oito, hoje é oitenta” estamos em democracia e temos o direito de nos podermos exprimir, mas sem palavras que possam rebaixar ou ofender alguém como muitas vezes acontece.
E agora actualmente sobre a descoberta do ouro e a sua utilização, é realmente fabuloso aprender coisas sobre este tema, pois é nele que eu estou mais integrada, visto que é com ele que eu lido todos os dias. Sabendo-se que uma pedra aparentemente feia, pode dar lugar a peças lindíssimas tanto originais como tradicionais é realmente magnífico e de um valor irreal. Toda a sua transformação desde o bruto até ao produto final é sem dúvida uma profissão linda e de muita habilidade formando peças maravilhosas e verdadeiras obras de arte.
Todas as aprendizagens ao longo do processo foram concluídas, algumas com dificuldades mas foram ultrapassadas com pesquisas, estudos, força de vontade e com a orientação de alguns professores.
Ana Maria Parra
